Aparelho Auditivo de Condução Óssea

Para pessoas com surdez unilateral ou que não se adaptam aos convencionais.

O "Aparelho Auditivo de Condução Óssea" ou "Aparelho Auditivo Ancorado no Osso" é um aparelho auditivo diferente.

Ele fica conectado diretamente ao osso do crânio (cabeça) e não à orelha. Sua adaptação depende, portanto, de uma pequena cirurgia.

Esse aparelho é o tal do implante coclear?

Não. Esses aparelhos não são a mesma coisa que implante coclear. São coisas completamente distintas.

Implante coclear é um aparelho também implantado cirurgicamente, mas para quem tem perda auditiva severa ou profunda bilateralmente (é surdo ou quase surdo dos dois ouvidos).

O aparelho auditivo ancorado no osso é para quem tem perda auditiva mas não é surdo dos dois ouvidos. Abaixo explicaremos as principais indicações desse tipo de aparelho.

Os aparelhos ancorados no osso são melhores que os aparelhos auditivos convencionais?

Eles não foram feitos para "competirem" entre si, mas sim para ajudar pessoas em situações em que os aparelhos convencionais não servem. Vejamos:

Surdez unilateral

O aparelho osteoancorado é uma boa opção para pessoas que perderam a audição apenas de um lado. Ele é adaptado bem atrás do ouvido que não escuta, para captar o som daquele lado e transmitir por via óssea até o ouvido que escuta (do outro lado).

Isso não significa que o ouvido surdo vai voltar a ouvir, mas a captação dos sons do lado do ouvido surdo permite com que a pessoa perceba melhor os sons ao seu redor, não precisando mais virar a cabeça de forma incômoda o tempo todo.

Os pacientes com surdez unilateral que tiverem interesse em testar como funciona o aparelho ancorado no osso podem ter uma noção dos benefícios que ele pode trazer fazendo um teste com um kit de teste próprio, que dá uma noção bastante realista de como é usá-lo.

Basta procurar um especialista e fazer um teste.

Pacientes com ouvidos crônicos ou operados

Determinadas pessoas já foram submetidas a uma ou mais cirurgias de ouvido, ou ainda apresentam condições crônicas no ouvido que impedem a utilização de um aparelho auditivo convencional (por conta de secreção no ouvido ou dores, por exemplo). Nestes casos o aparelho de condução óssea, que é adaptado exclusivamente atrás do ouvido, pode ser muito útil.

Crianças com malformações congênitas da orelha

Crianças que nasceram sem o pavilhão auricular e/ou sem o conduto auditivo (buraquinho do ouvido) precisam quase sempre esperar até os 8 ou 10 anos para fazer algum tipo de reconstrução, quando são boas candidatas para tal.

Até lá, contudo, é preciso reabilitar essa criança do ponto de vista auditivo (para que ela escute melhor). A partir dos 5 anos de idade, pode-se fazer a cirurgia para usar o aparelho auditivo ancorado no osso, uma vez que a sua colocação independe da presença do pavilhão auricular ou do conduto auditivo.

Até os 5 anos, a criança deve fazer uso da chamada soft band, que é uma espécie de aparelho auditivo osteoancorado provisório, sem a cirurgia.

Como funciona o aparelho ancorado no osso?

Existem alguns modelos diferentes de aparelhos auditivos ancorados no osso, que também diferem no aspecto final e na forma de colocar.

O mais comum é o aparelho que é conectado a um pequeno pino de titânio, que é inserido cirurgicamente atrás da orelha. O aparelho é então encaixado no pino (podendo ser desconectado e conectado no pino quando a pessoa quiser).

As marcas de aparelhos ancorados no osso mais populares desse tipo são o BAHA Connect e o PONTO.

Em outros modelos, o pino não transfixa a pele. Ele fica sob a pele (implantado cirurgicamente) e o aparelho é conectado através de um imã. Embora seja esteticamente melhor (não aparece nada quando o aparelho não está conectado), o resultado auditivo desses modelos costuma ser inferior aos que utilizam os pinos. São exemplos de aparelhos osteoancorados sem pinos transcutâneos o BAHA Attract e o SOPHONO.

Um terceiro modelo une a vantagem de não ter pino com uma qualidade sonora igual aos dos aparelhos com pino. É o BONEBRIDGE, em que a parte principal do aparelho (a massa vibradora) é implantada no osso atrás da orelha. Contudo, tem as desvantagens de necessitar de uma cirurgia maior que as demais e de que o aparelho não pode ser substituído para um ajuste mais potente caso a perda auditiva progrida.

Enfim, todos têm vantagens e desvantagens, que devem ser discutidas com seu médico.